terça-feira, 29 de maio de 2007

Em tempos


flutuavas

vagueavas

por sombras

alheio ao espaço

e ao tempo

sobrevivias apenas

e é nesse instante

que me encontras

qual barco encalhado

fustigado

por ventos

e tempestades

ignorante

das feridas que nem madeira apodrecida

que me empurravam

para as profundezas

é então

que com a tua suave brisa

me socorres

encaminhando-me

ternamente

em direcção á margem

oxigenas-me as feridas

que começam a sarar

lentamente

muito lentamente

hoje

já não sou

barco encalhado que se afunda

sou um veleiro

de madeira forte

que veleja

ao sabor da tua brisa

e tu?

tu?

já não vagueias

em sombras

mas antes

em raios de luz

5 comentários:

Carmim disse...

Eis a enorme diferença que existe em viver e sobreviver, entre lutar e acomodar.
Para navegarmos, precisamos aprender a dar e receber, a partilhar, pois ninguém sobrevive sozinho. E, é nessa partilha mútua que descobrimos que a vida faz sentido, que desencalhamos guiados por raios de luz que, iluminam as sombras.


Beijos.

o alquimista disse...

Naveguei no mar imenso da beleza das tuas palavras, e descobri uma ilha cheis de perfumadas flores...tu...!

Doce beijo

Eärwen disse...

Agradeço a tua amável visita ao meu mundo.

"...Sou um veleiro de madeira forte..." , que bom se fossemos todos assim.

Deixo-te pérolas incandescentes de inspiração.

Eärwen
30.05.07

Anónimo disse...

já não vagueias
em sombras
mas antes
em raios de luz

o Amor é iluminar as sombras e ser o vento que transporta o veleiro dos sonhos.

Lyra disse...

Um poema de esperança, simplesmente lindo!!!
Embalada nas tuas palavras, redescubro que desistir não é permitido... icemos pois as velas e partamos rumo a outra paragens :)
Boas viagens linda.
Bjos