quinta-feira, 9 de novembro de 2006

O tempo

O tempo passa indiferente
á saudade,
ao sofrimento de quem fica.
O momento de cada um de nós
percorre veloz a estrada da vida.
O meu, no entanto, está repleto
de dor e de culpa.
De saudade,
Essa saudade de quem fica
e a que os outros são indiferentes
não entendem, não sentem,
não podem nem querem sentir.
Agente da dor lancinante
que estala e grita no meu peito
que me esmaga atroz e calmamente
tal cancro que destroí e mata
como um ácido que corrói e desfigura.
E fica somente o vazio da dor
e o cimento da saudade,
que me empareda
encurrala
e mata!

quarta-feira, 8 de novembro de 2006


Bondade és barcarela
afastada pelo vento,
beleza perdida na bruma,
vermelho veludo
escorrendo dum veia palpitante!
Na vitrola és desarranjo
na vastidão vácuo e vazio
sem eco nos corações

Mulher


Mulher:
És criança
orquídea
sol
pureza
sorriso aberto
Amor
És Amante
Pôr do sol incandescente
iceberg flutuante
toque mágico
olhar sensual
Desejo
paixão
Amor
És mãe
violeta perfumada
amendoeira florida
neve branca e pura
carinho
olhar meigo e afável
terno toque
Amor
És mulher!!!

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Sou

Sou como a gaivota que percorre suavemente este céu.
Que se afasta da podridão desta sociedade onde me insiro.
Que derruba os grilhões que me prendem e sufocam.
Sou um mar revolto que se insurge e que lava a alma.
Sou alegria inerte
desilusão contida
magia perdida
vazio inócuo em negro buraco
em cada dia a dia

Dor


A chama que nos chama
Que nos aquece e enternece!
A chama que nos embrutece?
Que destroí!
e entristece.
A chama que em nós prevalece!!!

Amizade


Amizade?
Que será ela?
Ternura?
Doçura?
Apoio?Entrega?
Amor no seu estado puro que tudo aguenta e aguenta tudo?
O que a move?
Interesse?
Egoísmo?
Apoio?
Companhia?
Uma necessidade imponente de ser o centro duma auto via?
Amizade?
Quem a não queria?!

A Vida



A Vida ......
Que corre veloz
Que nós percorremos sem a ver passar.
A Vida....
A mãe de tudo e de todos
A mãe de tudo o que é nada
A Vida....
Onde tudo passa e nada perdura
A Vida....
Onde tudo o que é nada permanece e tudo o que é tudo desaparece
A Vida......
Onde nada se esquece
E se enlouquece

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Nostalgia!


É impressionante!
As saudades que me deixaram os anos 80.
Os desenhos animados de enorme qualidade, a música, as séries....
Nem imaginam as lágrimas de alegria que tenho vertido de cada vez que encontro as minhas pérolas.
A sublime «Ana dos cabelos ruivos»;
A meiga abelha Maia!
A aprendizagem com as fabulosas séries «Era uma vez o espaço» e «Era uma vez o corpo humano»;
Bia, a pequena feiticeira e as suas aventuras;
O «Bocas» que me provocava gargalhadas fáceis;
As fábulas da floresta verde;
O «D'artacão e os três moscãoteiros»;
O maravilhoso e único «Tom Sawer»;
A «Candy Candy»;
Histórias simples, muito bem escritas e cheias de sentido.
Histórias com mensagens e lições de vida!
Histórias muito diferentes das de agora, que se encontram povoadas de violência.
Algo que se perdeu no tempo e ficou apenas nas memórias de quem como eu vibrava em frente ao televisor.
Ai que saudades!
Saudades que vou matando graças ao emule e ás pessoas que tiveram a feliz ideia de perpetuar estas pérolas.
Abençoada evolução que permite a conversão de VHS em DVD e permite a partilha!
Graças a tudo isto temos lugar á divulgação e acesso fácil para quem como eu tem um pc e acesso á net.
Graças a isto posso voltar a sonhar, e voltar a ser a criança de olhos esbugalhados que apreciava e que se envolvia com tanta doçura, histórias e historietas, que se zangava, ficava triste e sofria com as personagens.
Ai que saudades!!!!!!

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Azul



Não percebo! 30 graus ontem no Porto! Estaremos no verão! Será que hibernei e acordei em Maio?
Mas que se passa?
Será que já magoamos a natureza tão vilmente ao ponto de atingirmos uma viragem sem retorno?
De que precisarão ainda mais os governantes deste «suposto» planeta azul?
Estarão á espera que o degelo se complete para que o planeta faça juz ao seu nome?
Estarão á espera que o fogo se revolte e lance as chamas num corropio esfomeado que devasta as nossas reservas de oxigénio? Estarão á espera que se desbaste toda a mancha verde da floresta amazónica para ficarmos com um pulmão asmático e bronquitico?
Estarão á espera que o débito gradual da poluição credite a sua consciência colectiva?
Mas que esperam eles?
Será que o seu egoismo e frieza atingiu um ponto em que nem com os seus descedentes se preocupam?!
Para quando o despertar duma consciência colectiva que exija tomadas de posição efectivas, eficazes e eficientes para proteger o pouco que nos resta?
Acabará por ser a natureza apenas uma miragem que nos povoa os sonhos?

domingo, 29 de outubro de 2006

Mudança




E já estamos no horário de Inverno!
Digam o que disserem ácerca das influências desta alteração no corpo, cá por mim elas só são vantajosas.
O meu corpo adapta-se facilmente. Acabo por sair com o sol a nascer, coisa que já fazia há mais de um mês.


É impressionante esta adaptação.

Já não posso dizer o mesmo no horário de verão. Aí custa-me verdadeiramente e ando semanas até o meu corpo se conseguir adaptar. Mas também é compreensível. Sempre me roubam uma hora de sono e ele é tão bom.
Adoro dormir. E com chuva?

Aiiiiiii que delicia!!!

Estar debaixo dos cobertores, quentinha e confortável enquanto ouço a bátega de água a escorrer lá fora.
Bate leve, levemente, como quem chama por mim, será chuva, será gente, gente não é certamente e a chuva não bate assim!
Estar enrroscada e ser embalada por este som!
O pior é quando chega o frio. Acordo de manhã e a casa gelada!

Aiiiii!!

Nem apetece levantar, a maior parte dos dias deixo-me ficar até á última! E tomar banho?! Entrar numa casa de banho gelada em detrimento duma cama quentinha?! Que suplício! Só suportado pelo bem estar da água a escorrer pelo corpo numa massagem completa e discreta. Uma dança só minha e que apetece prolongar e prolongar! E depois lá vem a lembrança: olha as horas, ainda ficas em terra! E lá vou eu apressada a prometer que no dia seguinte me vou levantar mal o despertador toque para não voltar a acontecer o mesmo. Promessa vã! Nunca acontece!

sábado, 28 de outubro de 2006

Olá!


Bem!
É quase meia noite e deveria estar a chocar no ninho. Porém a vontade abandonou-me. Talvez por ser sábado e saber que amanhã posso «morrinhar»!! :)
É uma das vantagens de não ter horários. Uma das grandes benesses dos solteiros, talvez a mais dificil de se abdicar.
Decididamente a hora está a afectar-me o discernimento, mais um pedaço e começo a divagar e filosofar.
É melhor pousar a caneta e rumar ao vale dos lençois que me aguarda. E ainda por cima, fresquinhos.
Ahhhhhhhh! Uma das melhores sensações do mundo!!!
Uma cama limpa, com uns lençois lavadinhos a envolver-me o corpo numa massagem suave.
Se tivesse paciência fá-lo-ia todos os dias. Só pelas sensações valeria a pena, mas se calhar acabaria por se perder se fosse tão frequente.
É como tudo na vida.