quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Aqui


aqui

sentada

na solidão do meu quarto

penso em ti

aqui

onde os objectos me lembram de ti

a almofada perfumada

que abraçavas enquanto dormias

a meia espalhada

ali

sozinha

abandonada

perdida

olha-me triste

tão triste

não sei do par

pede-me ajuda não consigo

Peço ao tempo que pare

não que volte atrás

apenas que pare!

quero sentir o teu cheiro

o calor que o teu espaço ainda emana

quero perpetuar este momento

guardar cada particula

cada odor

cada palavra

quero absorver este momento

para sempre

3 comentários:

Zénite disse...

Ah, a solidão, essa estrada deserta, fria e indiferente que se alonga!

Mas... como

“Amar é chamar o outro para fora da sua solidão." (André Ligneul),

e como o tempo a tudo ou a quase tudo dá solução...
__

Belo e sentido, o que escreves.

Noite tranquila, Chipichipi.

Carmim disse...

Veio-me à memória uma canção da Mafalda Veiga:

"(...)
As revistas no chão
Os copos vazios
Vestígios do tempo
As palavras trocadas
O calor e o frio

Cada gesto que abraça
E um filme que eu vi
O que fica marcado
E já nunca se afasta
Os vestígios de ti

E o mundo e a rua
Despidos no vento
À espera de sentir o mar
Numa vaga de espuma
Em sentidos guardados
No fundo do olhar."

Anónimo disse...

adorei a musica; a pagina; qual o compositor??...abraços