Era Criança!
Adorava andar descalça, calcorreava a terra batida dos caminhos fizesse calor ou frio. Era livre, ingénua.
Era Criança!
Fugia de casa despreocupada para ir ter com os avós ao campo, fugia pé ante pé e a mãe nem se apercebia. Ah! Como me sentia importante com uma foucinha nas mãos a segar erva.
Adorava a doçura da voz do avô.
Amava a tonalidade azul dos seus olhos.
Amava inocentemente aquele homem com educação rude, sem saber ler nem escrever, mas puro, meigo, um estudioso e sobrevivente da vida!
A avó se calhar um pouco mais seca, mas que me ensinava a ordenhar a vaca, escolher o feijão, amassar pão.
A avó de gargalhada marota, de olhos cinzentos.
Uma mulher plena de força. Uma força viva!
Era Criança!
Como me sentia livre, de cabelos ao vento. Sentia a natureza, inspirava-a, ficava-me entranhada no corpo e na alma. O sol abraçava-me e envolvia-me nos seus raios. Quente! Tão quente. Explodia em mim. Comigo!
Era Criança!
3 comentários:
Eu continuo a gostar de andar descalço na terra, à chuva. Chama-me criança, anda...
Estou como o Rafeirito :)
Por vezes sabe tão bem deixarmo-nos levar pela criança que há em nós!
Este teu texto levou-me de volta às lembranças que guardo com carinho dos meus avós. Obrigado por isso :)
Bjos
Por acaso ainda adoro andar descalça. E então no Verão.... Ah sentir a terra, unir-me a ela, fundirm-me nela. Aí volto a ser aquela criança. Volto a ser EU!
Enviar um comentário