segunda-feira, 9 de abril de 2007

Efervescências

Ora bem!
É-me indiferente se o nosso 1º ministro é licenciado ou se é engenheiro. Até podia ser sapateiro.
Não é um diploma, nem um «título» que estabelece o valor seja de quem for.
Não é por isso que ele vai valer mais ou menos, não é isso que vai influenciar a sua capacidade. O que este país precisa (quem diz este diz qualquer outro) é trabalho, vontade efectiva, ideias, poucos tachos (de preferência nenhum) e isenção!
A ser verdade o que tem vindo a público, critico é a burla, o suborno, porque semelhante é inadmissível e não se deveria compactuar com este tipo de atitudes. Deveria extirpar-se semelhante lodo e a classe política deveria dar o exemplo para que voltassemos a acreditar!
Quanto á polémica dos cartazes, lamento profundamente que se permita a vontade de expressão de segregadores, racistas que se intitulam nacionalistas e que no reverso da medalha se retire esse direito a cidadãos com ideias totalmente opostas.
Deixa-me pasmada a velocidade com que se retira um cartaz que se classifica de ilegal, quando a ideia, digo eu, era mostrar que somos um país que não se deixa manipular e manietar por ideias absoletas e desumanas.
Pobres de espirito os que se esqueceram dos milhões de portugueses espalhados por esse país global fora à procura de vidas melhores.
Porque nao permitir que outros tenham a mesma hipótese cá?
Não nos terá a história, e num passado não muito distante, ensinado que deveríamos ser capazes de aceitar a diferença?

5 comentários:

Carmim disse...

Somos um país onde o "canudo" parece que distingue as pessoas, como se um papel pudesse transformar (no que é realmente importante) o se humano.
Mas, por cá, o que importa mesmo é ser doutor, porque o sapateiro faz mais falta do que muito engenheiro que por aí anda, mas, "perde por não ser licenciado".

E também parece que temos a memória muito curta. Ora, se não tivéssemos emigrantes espalhados por todas as partes do mundo, até podiam falar, mas esta é uma daquelas situações em que mais valia ficar quietinho e calado, não vão os outros atirar pedras aos nossos telhados de vidro.

Bárbara disse...

Nem mais! ou um pouco menos, pois penso que um sapateiro português teria dificuldade em gerir esta república das bananas. Um sapateiro, sapateira; um engenheiro, engenheira. Um político... aldraba...
Baralhei-me... queria eu dizer, na minha, que, mesmo que o 1º ministro tenha uma licenciatura em engenharia, não é isso que o habilita a governar. Mas se, não tendo licenciatura, se faz passar por engenheiro, então, efectivamente, corresponde ao perfil de político que se tem vindo a generalizar. O que continua a não o habilitar para governar.
Continuei a baralhar-me mas acredito que me entendem.
Já não acredito é que isto lá vá com partidos e boys (sim, que as girls continuam de fora...); tem de ser com cada cidadão, cada cidadã e em movimentos de gente que sabe do que fala e que tenha ainda um mínimo de noção de ética.
E a net, se tem servido para muita coisa má, também pode servir para as boas.
Se multiplicarmos os ecos de desagrado, se denunciarmos, se dissermos não à demagogia tacanha (e à outra também claro),podemos começar a colocar uns grãozitos de areia nesta máquina viciada.
Um abraço e obrigada pela visita que lá me fez.

Titia V. disse...

Isso tudo também acontece do lado de cá...infelizmente é assim!Bjo

Anónimo disse...

nao é 1 título nem diploma que estabelece a ordem, mas que ajuda... e o pior é que muitos de nós damos importancia a isso. somos tao fúteis às vezes... nao podemos ser todos sr. e sra.???

parece mesmo que nao aprendemos nada!

Lyra disse...

Realmente, tanto polémica à volta do irrelevante enqto o essencial passa ao lado.
E qto à polémica dos cartazes, devia haver vergonha! A censura à liberdade de expressão era suposto ter sido abolida. Mas começo a achar que já muito pouco me surpreende num país que elege salazar como o melhor português...
Enfim.
Um excelente fds para ti
Bjos