quinta-feira, 9 de novembro de 2006

O tempo

O tempo passa indiferente
á saudade,
ao sofrimento de quem fica.
O momento de cada um de nós
percorre veloz a estrada da vida.
O meu, no entanto, está repleto
de dor e de culpa.
De saudade,
Essa saudade de quem fica
e a que os outros são indiferentes
não entendem, não sentem,
não podem nem querem sentir.
Agente da dor lancinante
que estala e grita no meu peito
que me esmaga atroz e calmamente
tal cancro que destroí e mata
como um ácido que corrói e desfigura.
E fica somente o vazio da dor
e o cimento da saudade,
que me empareda
encurrala
e mata!

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